A ‘gripe’ dela era meningite: como os sintomas de uma triatleta de 23 anos levaram à amputação quádrupla
Para qualquer estudante universitário ocupado, desenvolver sintomas gripais costuma ser apenas mais um obstáculo em uma agenda lotada. Para Lily McGarry, triatleta de 23 anos da Universidade de Cardiff, não foi diferente. Nadadora, corredora e surfista ávida, ela estava acostumada a desafiar o corpo. Então, quando começou a se sentir mal em 14 de janeiro, tomou uma decisão que milhões tomariam: simplesmente descansar e dormir.

Essa escolha aparentemente inocente foi o prelúdio de uma crise médica devastadora. A “gripe” de Lily era, na verdade, meningite bacteriana, uma infecção grave que rapidamente desencadeou uma sepse com risco de morte. A batalha pela sobrevivência que se seguiu envolveu duas paradas cardíacas e terminou com a amputação de todos os seus quatro membros.
Agora com 24 anos, Lily está corajosamente compartilhando sua experiência com uma missão clara e urgente: educar outras pessoas sobre os riscos da meningite em ambientes de grupo, como campi universitários, e defender a vacinação como uma ferramenta para salvar vidas.
Da sensação de mal-estar a uma “sensação de desgraça”
Inicialmente, os sintomas de Lily eram enganosamente comuns. Mas sua condição piorou drasticamente da noite para o dia. No dia seguinte, seus colegas de quarto notaram uma erupção cutânea se desenvolvendo em sua pele e a levaram imediatamente ao hospital. Uma erupção cutânea que não desaparece sob pressão pode ser um sinal característico de septicemia meningocócica, uma complicação grave da meningite.
Mesmo no hospital, Lily não compreendia a gravidade da sua situação. “Naquele momento, pensei em simplesmente tomar alguns antibióticos e ir para casa no dia seguinte”, disse ela. O ponto de virada veio quando uma enfermeira pediu o contato dos seus pais.
“Falei com minha mãe ao telefone e disse a ela que me sentia pior do que nunca”, lembrou Lily. “Dizem que, com sepse, às vezes você tem uma sensação avassaladora de tristeza, como se soubesse instintivamente que algo sério está acontecendo.”
Meningite: um grande risco em dormitórios universitários
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A história de Lily ilustra claramente por que a meningite é uma preocupação significativa para estudantes universitários. As bactérias que causam meningite são transmitidas por contato próximo, por meio de gotículas respiratórias de tosse ou espirro. Como observa a Cleveland Clinic, viver “em um ambiente de grupo, como em um alojamento universitário” coloca os indivíduos em um risco muito maior de contrair a doença.
É fundamental conhecer os sintomas que diferenciam a meningite de uma gripe ou resfriado comum. Embora os sinais iniciais, como febre e dor de cabeça, se sobreponham, a meningite apresenta vários sinais de alerta distintos:
A ligação entre sepse e amputação
No caso de Lily, a meningite desencadeou sepse, a resposta extrema e fatal do corpo a uma infecção. Seu sistema imunológico, tentando combater a bactéria, começou a danificar seus próprios tecidos e órgãos.
Isso levou a uma queda catastrófica da pressão arterial e a duas paradas cardíacas. Os médicos lutaram para salvar sua vida, mas a infecção e a consequente falta de fluxo sanguíneo causaram danos irreparáveis aos seus braços e pernas. A amputação tornou-se a única opção para salvá-la.
Durante meses, Lily ficou entre a consciência e a inconsciência, só percebendo a extensão total do que havia acontecido em maio, quando começou a realmente observar seu próprio corpo.
“Ela me surpreende”: uma história de resiliência e esperança
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Apesar do trauma inimaginável, o espírito e a determinação de Lily inspiraram todos ao seu redor. “Tenho a sorte de ter perdido meus membros em uma época em que há muita tecnologia”, disse ela à BBC, vislumbrando um futuro com próteses avançadas. Amigos e familiares criaram uma campanha do GoFundMe para ajudar a cobrir os custos das próteses e das modificações necessárias em casa.
Sua colega de quarto, Ella Jennings, está impressionada com sua força. “Cada vez que a vejo, ela está progredindo mais e pensando no futuro, tão determinada”, disse Jennings. “Ela me impressiona com sua atitude e sua perspectiva de vida.”
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Agora, Lily está canalizando essa determinação para sua nova missão: a prevenção. Ela é uma defensora ferrenha da vacina contra meningite, incentivando todos os alunos a tomarem precauções antes de se mudarem para dormitórios ou outros espaços compartilhados.
A história dela é um lembrete poderoso e urgente de que alguns sintomas nunca devem ser ignorados. Conhecendo os sinais da meningite e entendendo a importância da vacinação, uma tragédia como a dela pode ser evitada.