Após o triunfo de “Ainda Estou Aqui”, Brasil regressará aos Óscares com “O Agente Secreto”, segundo as previsões nos EUA

Após o triunfo de “Ainda Estou Aqui”, o Brasil poderá regressar aos Óscares com “O Agente Secreto”, de acordo com as previsões nos EUA. O filme de Kléber Mendonça Filho, protagonizado por Wagner Moura, figura nas listas para Melhor Filme Internacional dos principais meios de referência de Hollywood.

Depois de “Ainda Estou Aqui” ter vencido o Óscar de Melhor Filme Internacional na última cerimónia, espera-se que o Brasil entre na corrida pelo segundo ano consecutivo com “O Agente Secreto”, segundo as previsões dos principais meios de referência da indústria nos EUA.

Se tal se concretizar, será apenas a terceira vez na longa história das estatuetas douradas que um filme brasileiro é nomeado nesta categoria, juntando-se a “Central do Brasil” (1998), também de Walter Salles.

A 98.ª cerimónia está agendada para 15 de março de 2026, no Dolby Theatre, em Hollywood. As nomeações serão anunciadas a 22 de janeiro, mas as listas de finalistas em várias categorias, incluindo a de Melhor Filme Internacional, serão divulgadas já a 16 de dezembro, e começa a formar-se um consenso em torno dos principais candidatos.

Ao contrário do filme de Walter Salles, cuja campanha em Hollywood só ganhou força quando Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama, “O Agente Secreto” já consta nas listas das principais previsões atualizadas das revistas Variety e The Hollywood Reporter (THR), bem como do site Gold Derby. A candidatura portuguesa “Banzo”, da realizadora Margarida Cardoso, não aparece nestas listas.

Com estreia em Portugal marcada para 6 de novembro, o filme de Kléber Mendonça Filho, protagonizado por Wagner Moura – que recebeu os prémios de Melhor Realização e Melhor Ator no Festival de Cannes –, faz parte de um grupo de quatro “apostas” com elevada probabilidade de se traduzirem numa nomeação. Juntam-se a ele “Foi Apenas um Acidente”, de Jafar Panahi (França e Palma de Ouro em Cannes), “No Other Choice”, de Park Chan-wook (Coreia do Sul) e “Sentimental Value”, de Joachim Trier (Noruega e Grande Prémio em Cannes, um segundo lugar no palmarés).

E se a nomeação de Fernanda Torres para o Óscar de Melhor Atriz esteve em dúvida até ao fim, Wagner Moura já surge na lista dos cinco potenciais nomeados para Melhor Ator nos três meios de referência, um feito que só se repete com Leonardo DiCaprio (“Batalha Atrás de Batalha”).

A história deste “thriller” político passa-se em 1977, durante a ditadura militar no Brasil. Um investigador em fuga viaja até Recife na semana do Carnaval, com a esperança de reencontrar o filho. No entanto, rapidamente percebe que a cidade está longe de ser o refúgio não violento que procurava.

Apesar da forte candidatura brasileira, “Sentimental Value” está a ser apontado como o grande favorito à vitória na categoria de Melhor Filme Internacional.

Esperam-se ainda muitas nomeações nas principais categorias para este drama sobre um realizador veterano (Stellan Skarsgård) que tenta refazer os laços familiares ao dirigir um filme com uma das suas filhas (Renate Reinsve), convencendo ainda uma estrela conhecida (Elle Fanning) a juntar-se ao elenco.